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Ministras e vice-ministras de agricultura das Américas advertem que só com uma maior participação das mulheres em pesquisas científicas a segurança alimentar pode ser alcançada

Laura Suazo, Secretaria de Estado en los Despachos de Agricultura y Ganadería de Honduras; Laura Bonilla Coto, Ministra de Agricultura y Ganadería de Costa Rica;  Jewel Bronaugh, Subsecretaria de Agricultura del USDA; Samantha Marshall, Ministra de Agricultura, Pesca y Asuntos de Barbuda de Antigua y Barbuda; JoyceCBoye, Directora General de la Subdivisión de Ciencia y Tecnología de Agricultura y Agroalimentación de Canadá; Carolina Gainza, Subsecretaria de Ciencia, Tecnología, Conocimiento e Innovación Tecnología de Chile; Kyra Paul,  Secretaria Permanente del Ministerio de Economía Azul y Verde, Agricultura y Seguridad Alimentaria Nacional de Dominica; Fernanda Maldonado, Directora General de Secretaría del Ministerio de Ganadería, Agricultura y Pesca de Uruguay; Rocío Valerio, Viceministra de Agricultura y Ganadería de Costa Rica; Londa Schiebinge, Directora del proyecto Innovaciones con Perspectiva de Género en Ciencia, Salud y Medicina, Ingeniería y Medio Ambiente de la Universidad de Stanford; a científica argentina Raquel Chan; y el Director General del IICA, Manuel Otero.
Laura Suazo, Secretária de Estado nos Gabinetes de Agricultura e Pecuária de Honduras; Laura Bonilla, Ministra da Agricultura e Pecuária da Costa Rica; Jewel Bronaugh, Subsecretária de Agricultura do USDA; Samantha Marshall, Ministra da Agricultura, Pesca e Assuntos de Barbuda de Antígua e Barbuda; Joyce Boye, Diretora Geral da Subdivisão de Ciência e Tecnologia de Agricultura e Agroalimentação do Canadá; Carolina Gainza, Subsecretária de Ciência, Tecnologia, Conhecimento e Inovação do Chile; Kyra Paul, Secretária Permanente do Ministério da Economia Azul e Verde, Agricultura e Segurança Alimentar Nacional de Dominica; Fernanda Maldonado, Diretora Geral da Secretaria do Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai; Rocío Valerio, Vice-Ministra da Agricultura e Pecuária da Costa Rica; Londa Schiebinge, Diretora do projeto Inovações com Perspectiva de Gênero em Ciência, Saúde e Medicina, Engenharia e Meio Ambiente da Universidade de Stanford; a cientista argentina Raquel Chan; e o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero.

São José, 8 de julho de 2022 (IICA) — Apenas a plena participação das mulheres na pesquisa científica e a inovação tecnológica vinculada à produção de alimentos permitirão construir uma agricultura mais inclusiva e sustentável nas Américas.
 
Assim foi dito pelas participantes do II Foro de Ministras, Vice-Ministras e Altas Funcionárias das áreas de agricultura, ciência e tecnologia dos países das Américas, no qual autoridades políticas e de renome científico do hemisfério protagonizaram um debate de alto nível sobre “A nova fronteira do conhecimento e a importância do papel das mulheres na ciência”.
 
O encontro, organizado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), em colaboração com o governo de Honduras, reuniu mulheres com posições importantes na tomada de decisões do setor agrícola no continente. Além de marcar a continuidade do Foro que foi realizado em julho de 2021, por ocasião da Pré-Cúpula da ONU sobre Sistemas Alimentares, em Roma, com a missão aperfeiçoar políticas públicas e visibilizar o protagonismo das mulheres no desenvolvimento rural, favorecendo o reconhecimento pleno de seus direitos.
 
As autoridades participantes tiveram uma rica troca de experiências e fizeram um reexame da ampla gama de políticas públicas que estão sendo implementadas nos países das Américas e estão quebrando os estereótipos de gênero que tradicionalmente têm dificultado o acesso das mulheres aos postos mais altos tanto no âmbito público como no privado.
 
Nesse sentido, concordaram que uma agenda sensível às questões de gênero é imprescindível para refazer o caminho para uma verdadeira equidade no setor agropecuário, onde os temas de ciência, tecnologia e inovação são hoje fundamentais para uma transformação que contribua para o crescimento econômico e o desenvolvimento inclusivo dos países do continente.
 
Participaram: Laura Suazo, Secretária de Estado nos Gabinetes de Agricultura e Pecuária, Honduras; Laura Bonilla Coto, Ministra da Agricultura e Pecuária, Costa Rica; Jewel Bronaugh, Subsecretária de Agricultura, Departamento de Agricultura, Estados Unidos; Samantha Marshall, Ministra da Agricultura, Pesca e Assuntos de Barbuda, Antígua e Barbuda; Joyce Irene Boye, Diretora Geral da Subdivisão de Ciência e Tecnologia de Agricultura e Agroalimentação, Canadá; Carolina Gainza, Subsecretária de Ciência, Tecnologia, Conhecimento e Inovação, Chile; Kyra Paul, Secretária Permanente do Ministério da Economia Azul e Verde, Agricultura e Segurança Alimentar Nacional, Dominica; Fernanda Maldonado, Diretora Geral de Secretaria, Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca, Uruguai; e Rocío Valerio, Vice-Ministra da Agricultura e Pecuária, Costa Rica.
 
Também fizeram apresentações a professora Londa Schiebinge, Diretora do projeto Inovações com Perspectiva de Gênero em Ciência, Saúde e Medicina, Engenharia e Meio Ambiente da Universidade de Stanford (Estados Unidos) e a cientista argentina Raquel Chan, bioquímica especializada em biotecnologia e Cátedra IICA em Biotecnologia.
 
A abertura e o encerramento estiveram a cargo do Diretor Geral do IICA, Manuel Otero.
 
A Ministra Suazo leu uma mensagem da Presidente de Honduras, Xiomara Castro, primeira mulher a ocupar o mais alto cargo da nação centro-americana, que destacou a contribuição do IICA para reduzir o hiato de gênero na ruralidade.
 
“Devemos promover uma maior participação das mulheres na ciência e na tecnologia vinculadas à agricultura para encontrar soluções rápidas e sustentáveis para os nossos problemas e promover a participação dos jovens”, afirmou a mensagem da Presidente.
 
“Queremos trabalhar com o IICA para fazer as grandes mudanças que os sistemas agroalimentares precisam nesse momento tão difícil”, disse, por sua vez, Bonilla, que defendeu que se mande às mulheres e principalmente às meninas a mensagem de que “é possível alcançar postos de tomada de decisões para ter impacto nas necessidades das mulheres, principalmente nas zonas rurais”.
 
Por sua vez, a Vice-Ministra Valerio afirmou que “a segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável das áreas rurais passam necessariamente pelas mãos das mulheres. Isso foi sempre assim, mas por muito tempo não foi reconhecido”.
 
A Ministra Marshall contou que, com a ajuda do IICA, estabeleceu-se a Rede de Mulheres Produtoras Rurais de Antígua e Barbuda, que contribuiu para aumentar os rendimentos e a sustentabilidade da agricultura no país caribenho. “As mulheres são a coluna vertebral de toda sociedade, e melhorar as oportunidades para elas requer o envolvimento de todos nós”, afirmou.
 
Converter desafios em oportunidades
 
“As mulheres na agricultura constroem o caminho para um futuro melhor. Empoderar as novas gerações de mulheres é nossa responsabilidade e, nisso, a educação desempenha um papel fundamental”, disse, dos Estados Unidos, a Subsecretária Bronaugh, que defendeu políticas que convertam os desafios em oportunidades.
 
Joyce Irene Boye fez uma exposição detalhada das políticas do governo do Canadá para favorecer o avanço da igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres. “Levamos novas energias, ideias e soluções para a agricultura”, considerou.
 
“A pandemia de Covid-19 — acrescentou — teve um impacto profundo e exacerbou várias barreiras que já enfrentávamos. Na recuperação, devemos ser mais inclusivos”.
 
Por sua vez, Carolina Gainza enfatizou o valor de mulheres líderes na agricultura do continente trocarem suas experiências e clamou pela elaboração de políticas públicas com perspectiva de gênero que transformem os sistemas agroalimentares.
 
Kyra Paul explicou a chamada Economia Verde e Azul de Dominica, que promove a segurança alimentar pelo uso sustentável dos recursos humanos e naturais. Paul disse que Dominica está trabalhando para reverter as desvantagens enfrentadas pelas mulheres no setor agrícola e destacou que um sintoma do avanço das mulheres é que elas ocupam 29% dos assentos no Parlamento.
Maldonado mencionou o Plano Nacional de Gênero nas Políticas Agropecuárias, lançado em 2020 no Uruguai, com medidas específicas.
 
“O setor agrícola que queremos — anunciou — deve contar com conhecimentos que permitam aumentar a produtividade sem hipotecar os recursos naturais. O foco é trabalhar com mulheres vinculadas à ciência e à pesquisa agropecuárias. Deve-se implantar a consciência de que a equidade é um bom negócio”.
 
“Alcançar o desenvolvimento sustentável desejado requer a participação das mulheres, e que elas estejam em posições de tomada de decisão. A agricultura era um setor exclusivamente para homens”, expressou a Secretária Suazo, que afirmou que as mulheres enfrentam obstáculos para ter acesso à propriedade da terra e ao financiamento a taxas de juro convenientes.
 
O papel da ciência
 
O Foro também contou com uma exposição da professora Londa Schiebinge, da renomada Universidade de Stanford, que contou aspectos do projeto de aquicultura Mola, em Bangladesh, que teve um papel de destaque de mulheres rurais e fez uma contribuição extraordinário para a segurança alimentar e nutricional das comunidades vulneráveis do país asiático.
 
Por sua vez, Raquel Chan defendeu um melhor diálogo entre os que projetam as políticas públicas e o setor científico. Chan destacou o papel do IICA como aglutinador dos diversos atores hemisféricos do setor agrícola e afirmou: “Foi estudado que os países que mais investem em ciência são os que saem da pobreza”.
 
O Diretor Geral do IICA contou que foram os próprios países membros do Instituto que pediram, na conferência ministerial de agricultura de 2021, a institucionalização desse espaço.
“O pediram — recordou — para visibilizar, reforçar e hierarquizar a relevância e as contribuições das mulheres rurais e, sobretudo, para propor políticas que reduzam os hiatos e as desigualdades de gênero e para que essas políticas favoreçam a participação e a inclusão das mulheres na agenda do desenvolvimento rural sustentável em um âmbito de equidade”.
 
Otero apontou que 58 milhões de mulheres vivem nas zonas rurais do continente, cujo trabalho muitas vezes é subnotificado e não é reconhecido e que enfrentam dificuldades para ter acesso ao crédito e a programas de assistência técnica.
 
“Sua integração aos processos de desenvolvimento agrícola e rural em condições de equidade é fundamental para mudar o paradigma das zonas rurais e transformá-las naquilo que devem ser, zonas de progresso, de oportunidades e de bem-estar”, acrescentou.

“As mulheres — concluiu — devem ter todas as ferramentas para ser as protagonistas dessa agricultura intensiva em conhecimento que oferece tantas oportunidades. As mulheres rurais e as novas gerações constituem a maior força motriz do setor agrícola e a dinâmica no meio rural”.

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
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