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IICA faz radiografia do comércio lácteo na América Central e aponta desafios para aumentar exportações para além da região

Portada del informe, el cual destaca una serie de retos que afronta la industria láctea en términos de sostenibilidad social, ambiental y económica, con el fin de promover el comercio internacional en la región.
Capa do relatório, o qual destaca uma série de desafios enfrentados pela indústria láctea em termos de sustentabilidade social, ambiental e econômica, a fim de promover o comércio internacional na região.

São José, 23 de fevereiro de 2024 (IICA). O setor lácteo centro-americano é chamado a aumentar o comércio para além da região e aproveitar ainda mais os acordos comerciais para alcançar novos mercados de exportação, alerta um recente relatório do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
 
Trata-se do Relatório do estado atual dos acordos comerciais vigentes da região América Central no setor lácteo: oportunidades e desafios para seu melhor aproveitamento, que representa uma radiografia da situação dos acordos comerciais e seus compromissos na região, o grau de liberalização comercial alcançado e as ações que os países executaram quanto à sua administração e, em particular, ao aproveitamento das oportunidades que esses acordos significam.
 
O relatório, elaborado por Adriana Campos e Alejandra Díaz, especialistas do IICA em Comércio e Sanidade Agropecuária, respectivamente, destaca um conjunto de desafios enfrentados pela indústria láctea em termos de sustentabilidade social, ambiental e econômica, a fim de promover o comércio internacional na região.
Os maiores destinos das exportações lácteas centro-americanas são os Estados Unidos e a República Dominicana, indica o documento, mas existe o desafio de potencializar ainda mais o comércio extrarregional, pois o principal destino das exportações é o próprio mercado intrarregional, com uma participação de 78% nas vendas totais.
 
O relatório também propõe que, no âmbito dos serviços básicos, é prioritário dispor de avanços em uma infraestrutura viária adequada, eletrificação rural, conectividade e uma maior cobertura de assistência técnica, com o que se poderia aumentar a produtividade, a rentabilidade e a modernização dos processos produtivos.
 
Na região centro-americana, o setor lácteo se sustenta em mais de 245.000 produtores, em sua maioria, pequenos produtores familiares.
 
Afirma-se que é crucial facilitar o acesso a crédito a essas pessoas para investimentos em áreas como produção, comercialização, processamento e transporte refrigerado, que atualmente limitam o desenvolvimento do setor.
 
A América Central anualmente produz 3,1897 bilhões de litros de leite, divididos entre os setores formal e informal. Precisamente, o mercado informal representa um desafio, uma vez que conseguiu alcançar 55% da produção de leite da região, na qual existem cerca de 3.500 processadoras artesanais que elaboram — em sua maioria — produtos de baixos padrões de qualidade destinados ao mercado local, com escassa ou nula vigilância das autoridades competentes.
 
Apesar desses desafios, em 2021, as exportações de produtos lácteos alcançaram US$458 milhões, sendo a Nicarágua e a Costa Rica os principais países exportadores, com a América Latina, o Caribe e a América do Norte como destinos fundamentais.
 
“É importante potencializar o comércio agroalimentar e regional como propulsor do desenvolvimento sustentável e da segurança alimentar. A publicação contribui com os esforços empenhados pelo IICA e que fazem parte das ações coletivas da Parceria Continental para que os países membros aumentem o comércio e aproveitem os acordos comerciais assinados”, enfatizou a especialista Adriana Campos.
 
O relatório conclui que é necessário fortalecer as competências e as capacidades organizacionais e de negociação dos produtores, de forma que possam ter acesso às mudanças tecnológicas, à educação e à inovação, para assim aproveitar melhor as oportunidades geradas nos mercados internacionais.
 
“É abordada a importância de se promover o consumo interno de produtos lácteos, que ainda não alcançou o nível médio recomendado, e se ressalta a necessidade de políticas públicas que fomentem o setor, bem como de enfrentar a comercialização de imitações e sucedâneos, um problema que impacta o consumidor e o desenvolvimento da indústria na região”, observou, por sua vez, a especialista Alejandra Díaz.
 
O relatório se aprofunda no papel das organizações na melhoria da governança setorial, na necessidade de uma melhor coordenação entre ministérios e secretárias e na importância de fortalecer as políticas públicas para equilibrar a produtividade do mercado e as demandas dos produtores e empresários.
 
Em termos de adaptação à mudança do clima, manifesta-se que o setor lácteo requer a elaboração e a implementação de estratégias para enfrentá-la, produzir melhores forragens e, de modo geral, aumentar a competitividade; assim, o conhecimento, a pesquisa, a transferência de tecnologia, a capacitação, a assistência técnica e as parcerias público-privadas são fundamentais para facilitar o desenvolvimento de sistemas de produção eficientes, rentáveis e sustentáveis.
 
O documento advoga pela disponibilidade de informações e estatísticas, uma vez que esse setor carece de dados precisos e atualizados, o que impede a medição e a análise de variáveis críticas para o seu desenvolvimento.
 
Esse trabalho elaborado pelo IICA faz parte dos esforços conjuntos que ele realiza com a Secretaria do Conselho Agropecuário Centro-Americano (SECAC), o Sistema da Integração Centro-Americana e a Federação Centro-Americana do Setor Lácteo (FECALAC) para melhorar a competitividade e a sustentabilidade do setor lácteo regional, mediante a construção e a divulgação de bens públicos que promovem a melhoria da sanidade animal, da inocuidade e da qualidade, a facilitação do comércio e a revalorização da leite e dos produtos lácteos.
 
O relatório está disponível para download gratuito no repositório institucional do IICA: https://repositorio.iica.int/handle/11324/22025

Mais informação:

Adriana Campos, especialista em Comércio do IICA.
adriana.campos@iica.int

Alejandra Díaz, especialista internacional em Sanidade Agropecuária do IICA.
alejandra.diaz@iica.int