Ir Arriba

Biofertilizantes quelatados: uma inovação tecnológica de baixo custo para a nutrição dos cafezais

Quelatados
Sulfato de cobre, sulfato de potássio, sulfato de magnésio, fosfato monoamônico e outros cinco minerais são usados no processo de biofermentação, separadamente e em diferentes barris, para em seguida preparar o que se conhece como Fertilizantes Foliares Quelatados (FFQ).

El Cuá, Nicarágua, 11 de dezembro de 2020 (IICA) — Como se fosse uma poção mágica, uma mistura de minerais se transforma em biofertilizantes que melhoram a nutrição das plantas de café com um produto inócuo, de baixo custo, produzido por cooperativas da Nicarágua e utilizado por seus parceiros.

Sulfato de cobre, sulfato de potássio, sulfato de magnésio, fosfato monoamônico e outros cinco minerais são usados no processo de biofermentação, separadamente e em diferentes barris, para em seguida preparar o que se conhece como Fertilizantes Foliares Quelatados (FFQ).

Seu processo de preparação é inovador na Nicarágua e tem excelentes resultados. Ele foi propagado a cafeicultores do norte do país pelo Programa Centro-Americano de Gestão Integral da Ferrugem do Café (PROCAGICA) como parte do esforço em conjunto da União Europeia e do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), promotores da iniciativa.

“As cooperativas têm a necessidade constante de fertilizar melhor os cafezais. Antes, os biofertilizantes eram elaborados com outro método, sempre de maneira artesanal. Mas quando começaram a trabalhar com o PROCAGICA, eles trouxeram como proposta estabelecer a fábrica de quelatos ou minerais”, comentou Juan Heradio Torres Pérez, tesoureiro do conselho de administração da Cooperativa San Isidro, em El Cuá, Jinotega, e um dos produtores capacitados pelo programa para a elaboração de quelatados.

Rafaela del Carmen González Ferrer, secretaria do comitê de educação da cooperativa, lembrou o quanto o processo a surpreendeu: “Eu estava lá desde a capacitação e, ao ver e ouvir que tudo será feito separadamente, quando você está acostumado a juntar em um só recipiente, dá a impressão de que é difícil. Mas é mais difícil se acostumar a fazer de forma diferente, do que aprender a fazê-lo.”

A criação e o fortalecimento dessas capacidades para cooperativas e produtores foi parte de um processo de formação e intercâmbio de experiências desenvolvido com especialistas do programa PROCAGICA em El Salvador, os quais ofereceram a capacitação inicial para a instalação de Unidades Locais de Produção de Biofertilizantes em duas cooperativas de cafeicultores da Nicarágua, nas cidades de Jinotega e Jalapa.

Graças à instalação dessas unidades, os cafeicultores têm acesso ao biofertilizante de baixo custo mediante um financiamento, como parte do fundo rotativo administrado por cada associação.

Em 2020, dez cooperativas já contam com sua Unidade Local de Produção de Biofertilizantes. Para o próximo ano, está prevista a instalação de mais duas. “Como resultado da primeira produção, em julho de 2019, a cooperativa fez cinco vezes mais fertilizantes. Quatro das produções foram de 10 barris e a última, em 28 de julho deste ano, de 20 barris. Ou seja, dois barris por cada elemento. Estamos crescendo”, contou Rafaela.

Para Juan Heradio, os resultados com os fertilizantes quelatados são notáveis. “Quanto à aplicação, no início tínhamos certa dúvida, certo desconhecimento, porque não sabíamos como funcionaria, mas a realidade é que funciona muito bem. Nos cafezais que têm aplicado continuamente o mineral ou o biofertilizante, tem apresentado bons resultados.”

Pelo programa o acesso a 20 litros da solução elaborada no seminário de formação foi facilitado a cada parceiro das cooperativas participantes. Assim, cada produtor teria acesso a esse recurso, validaria os resultados do bioinsumo e poderia tomar a decisão de usá-lo em sua terra, segundo a sua experiência.

“O produtor diz que deve fazer uma aplicação agora, porque tem um quarteirão de café. Ele pergunta à cooperativa se pode financiar 20 litros, e pode. Isso é parte de um fundo rotativo e administrado em uma conta distinta, para gerenciar separadamente tudo o que são bioinsumos”, explicou Juan Heradio sobre o funcionamento da cooperativa para a execução do fundo, concluído quando o produtor paga, depois da colheita.

“Para aplicar foliares, a maioria de produtores se baseia no que escuta na rádio, que normalmente são produtos pobres em elementos e totalmente sintéticos, podem ter altas quantidades de determinados elementos, mas de dois ou três. Em compensação, esse é mais equilibrado, porque tem mais de 10 concentrados. Meu ponto de vista é que todos os associados utilizem esse concentrado em todas as aplicações do ano”, concluem, quase em uníssono, a Sra. Rafaela e o Sr. Juan Heradio, com o entusiasmo de um projeto que viram nascer e que está crescendo de maneira positiva.

 

Mais informações:

Gerência de Comunicação Institucional

comunicacion.institucional@iica.int