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O avanço da pandemia intensifica as desigualdades e uma alimentação deficiente na América Latina

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O Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero, enfatizou a necessidade de elaborar agendas que promovam uma maior eficiência produtiva e um fluxo contínuo dos canais de comercialização.

São José, 15 de junho de 2020 (IICA) – Convocados pelo Grupo de Trabalho das Cúpulas da Organização dos Estados Americanos (OEA), representantes de organismos multilaterais analisaram os principais efeitos da crise sanitária mundial na cadeia agroalimentar e as medidas aplicadas pelos países para mitigar os hiatos que estão crescendo.

Na reunião virtual, o Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero, expôs sobre os impactos da Covid-19 na segurança alimentar, nas cadeias de valor e no comércio intrarregional.

O diálogo virtual também permitiu traçar uma radiografia da situação enfrentada pelos países da América Latina e do Caribe em termos de segurança alimentar e as estratégias dos países para enfrentar a crise.

Otero destacou as dificuldades de funcionamento nas cadeias de suprimento internacional, as barreiras e as limitações ao comércio internacional de mercadorias, as quedas e fechamentos de grandes compradores de produtos agrícolas ou de alimentos e a redução na demanda internacional de produtos como açúcar, milho, soja e palma.

“Essas situações são o caldo de cultivo perfeito para aumentar as vulnerabilidades já existentes, em termos de segurança alimentar e nutricional na região”, declarou.

Outra conclusão surgida do encontro foi a configuração de um cenário que poderia aumentar não só a dependência da alimentação de várias nações para as importações, mas também o desemprego, a pobreza, a fome e a desnutrição.

Em especial, foi enfatizada a alta vulnerabilidade alimentar dos países do Caribe, destacando os casos do Haiti e da Venezuela.

Frente unida

A totalidade dos países da América Latina e do Caribe têm respondido à pandemia com o uso de diferentes mecanismos e instrumentos de políticas, em sua enorme maioria focados na atenção da emergência.

“Essas respostas debilitaram a macroeconomia, e esse é um tema que deve ser considerado, devido aos impactos inflacionários e outras consequências negativas que podem surgir. Em um processo de reativação, a agricultura é o setor econômico que tem maiores encadeamentos com o restante da economia”, expressou o Diretor Geral do IICA.

Otero indicou, além disso, que, para que a agricultura tenha o papel de protagonista demandado no novo contexto pós-Covid-19, é indispensável que os países avancem em uma nova institucionalidade para o setor, uma maior inovação e digitalização da agricultura, além de promover a abertura e a fluidez do comércio internacional, a integração regional e o fomento aos circuitos curtos e o abastecimento doméstico.

Fabrizio Opertti, gerente do Setor de Integração e Comércio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), concordou com Otero que é necessário impulsionar os circuitos curtos de comercialização e o comércio regional a preços acessíveis.

Na reunião virtual, liderada pelo Secretário Geral da OEA, Luis Almagro, também participaram representantes do BID, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entre outros.

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