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Cooperativa de cafeicultoras nicaraguenses abre oportunidades às suas sócias com o apoio do PROCAGICA

Sam
No total, 83 mulheres da cooperativa se tornaram beneficiárias do PROCAGICA. Delas, 36 têm recebido apoio para a produção de grãos básicos, bananas e cítricos, além de outros cultivos como os da chaya, da pipián e da ayote.

Jinotega, Nicarágua, 4 de março de 2021 (IICA) - Carmen Onelia Pérez é uma referência na sua comunidade no município de Yalí, Jinotega, no norte da Nicarágua. A sua liderança como cafeicultora parecia inata, mas segundo ela é fruto de um processo longo de aprendizado, tropeços e realizações que lhe permitiram ser presidente da cooperativa de mulheres cafeicultoras Manantial de Virtudes, uma das associações apoiadas na região pelo Programa Centro-Americano de Gestão Integral da Ferrugem do Café (PROCAGICA).

“Nós nos organizamos como cooperativa, um grupo de mulheres que sentíamos a necessidade e nos demos conta de que só assim poderíamos avançar para melhorar um pouco a nossa economia. Então, em 2015 decidimos criar a cooperativa. Não tínhamos experiência e foi difícil, porque não tivemos nenhum apoio para empreendermos a nossa organização”, recordou Pérez.

Mas esse panorama mudou quando elas conheceram o PROCAGICA, programa financiado pela União Europeia e executado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), que lhes abriu portas e facilitou o acesso a insumos, capital e fortalecimento de capacidades como cafeicultoras.

A realidade da mulher na cafeicultura é muito diversa da realidade dos homens cafeicultores. “Às vezes não temos escrituras próprias, às vezes há discriminação por não termos bens no nosso nome, que sempre estão nos nomes do marido ou do pai; e quando há herança, não nos dão os papéis. Para mim, este foi um dos maiores obstáculos; tenho o meu lote, mas ainda não tenho as escrituras. Esta é uma grande limitação, porque ninguém te abre portas, muito menos para um financiamento a longo prazo”, disse Pérez.

Aceder a agroinsumos, ferramentas e equipamentos, aumentar o capital da cooperativa, promover uma gestão diversificada de lotes e, sobretudo, dispor de conhecimentos para fortalecer as capacidades organizacionais e de liderança são alguns dos benefícios das cooperativadas da Manantial de Virtudes.

Além disso, a consolidação de unidades de produção de bioinsumos, como o serviço que oferece a cooperativa presidida por Pérez às suas associadas, é parte das grandes realizações que o PROCAGICA promoveu.

“Creio que o PROCAGICA é um projeto muito bem desenvolvido, porque apoia as cooperativas pequenas, e isso tem um impacto grande. A cada ano, esse projeto vem nos fortalecendo com diferentes técnicas de gestão, em diferentes áreas, como parte da diversificação de cultivos. É um grande apoio para as famílias rurais”, observou.

A cooperativa Manantial de Virtudes foi fundada com 32 mulheres. Para conseguir o capital inicial, participaram de feiras em parques. Pouco a pouco, foram ficando conhecidas no município e, em seguida, no departamento. Atualmente, também participam de espaços nacionais promovidos pelo Ministério da Economia Familiar, Comunitária e Cooperativa (MEFCCA).

No total, 83 mulheres da cooperativa se tornaram beneficiárias do PROCAGICA. Delas, 36 têm recebido apoio para a produção de grãos básicos, bananas e cítricos, além de outros cultivos como os da chaya, da pipián e da ayote.

“Começamos a buscar apoio e a fazer atividades que nos geravam receitas, como a venda de comida; plantamos um viveiro; e as mulheres contribuíam com dinheiro, 100 ou 300 córdobas. Assim, começamos a empreender”, contou a presidente da cooperativa.

“As mulheres desta organização não tem um salário digno porque não têm um capital”, afirmou. O PROCAGICA as tem apoiado com 70% do custo para a aquisição de insumos para a recuperação produtiva dos cafezais. Os 30% restantes são recebidos pelas associadas e utilizados como fundo rotativo para as cobrir necessidades da organização.

A partir de 2017, o PROCAGICA entregou insumos como material vegetativo, agroinsumos e equipamentos para a gestão e a renovação dos cafezais. Com a recuperação dos recursos distribuídos, consolidou-se um fundo rotativo para 35 cooperativas da Nicarágua, o qual é capitalizado para aumentar a assistência financeira aos parceiros.

 

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