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Com boas práticas e parcerias público-privadas, a agricultura se posiciona como motor do desenvolvimento sustentável da Costa Rica

cafe
As exportações agrícolas do país aumentaram, beneficiando a economia das zonas rurais e robustecendo a segurança alimentar – foi o que os especialistas informaram em um painel organizado pela Missão Permanente da Costa Rica junto à OMC.

São José, 23 de novembro de 2020 (IICA) – Com inovação, diversificação produtiva, desenvolvimento de capacidades e agregação de valor mediante uma estratégia nacional de bioeconomia, a Costa Rica avança para uma sustentabilidade maior da sua agricultura. Para isso contribuíram os setores público e privado e a cooperação internacional.

O trabalho nessas frentes também permitiu ao setor agrícola contornar os efeitos da atual crise sanitária, de acordo com especialistas em um painel organizado pela Missão Permanente da Costa Rica junto à Organização Mundial de Comércio (OMC).

Do painel, representando esse país, participaram a Embaixadora e Representante Permanente junto à Organização, Gloria Abraham; o Ministro do Comércio Exterior em exercício, Duayner Salas; o Diretor Geral da Promotoria de Comércio Exterior (PROCOMER), Pedro Beirute; a Diretora Executiva do Instituto do Café (ICAFE), Xinia Chávez; e a consultora da CRBiomed, Gabriela Couto.

O painel também teve as intervenções do Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero, e da Coordenadora Técnica da Representação do IICA na Costa Rica, Sacha Trelles.

“Deve-se aumentar a produtividade com uma alta dose de sustentabilidade por meio da inovação, da ciência e do trabalho de todos. A América Latina e o Caribe têm um enorme potencial para o aproveitamento da biodiversidade; se combinarmos isso com as políticas adequadas, alcançaremos o desenvolvimento que desejamos”, disse Gloria Abraham.

“A Costa Rica traçou um caminho para a plena incorporação dos atributos ambientais e da sustentabilidade”, acrescentou.

Otero, por sua vez, comentou que é hora de se pôr uma nova agricultura a serviço do desenvolvimento dos países.

“Na pandemia, a agricultura da Costa Rica e do restante da região tem demonstrado ser uma atividade resiliente, geradora de bem-estar e que se mantém de pé. É o momento de aumentar a nossa confiança nela e proporcionar-lhe as ferramentas para um maior desenvolvimento que beneficie, não apenas aos produtores, mas a toda a população dos nossos países”, afirmou.

Com o apoio do IICA, a Costa Rica desenvolveu uma estratégia nacional de bioeconomia, com o objetivo de melhor aproveitar as oportunidades representadas pela sua ampla biodiversidade.

Cerca de 47% da superfície da Costa Rica é constituída por propriedades rurais agropecuárias, na sua maioria pequenas e médias empresas que exportam mais de 650 produtos agropecuários para mais 200 destinos.

Entre os produtos, destacam-se o abacaxi, a banana e o café.

“É um país com muito potencial e deve capitalizar os seus avanços. A agricultura desempenha um papel preponderante no enfrentamento dos desafios em matéria de mudança do clima e produção e gestão dos recursos, desafios que a bioeconomia vem ajudar a vencer”, disse Sacha Trelles.

Inovação e diversificação

No painel virtual, expôs-se o programa Descubre do Ministério do Comércio Exterior da Costa Rica, uma plataforma que visa a atender aos produtores e a oferecer-lhes orientação sobre o que produzir de maneira diversa, para quais mercados e sob que requisitos.

O objetivo principal do programa é revalorizar a agricultura e a pesca como atividades sustentáveis para aumentar o bem-estar do país. Também busca atrair investimento nas zonas rurais para melhorar os indicadores sociais.

“Por meio do Descubre, a produção tem sido melhorada, incorporando sistemas de irrigação e equipamentos de dados para ser mais competitiva nos mercados internacionais”, disse Henry Benavides, Coordenador de Agricultura do Ministério.

“O que estamos buscando é que o comércio exterior e as importações funcionem para todos, de maneira ambiental e socialmente sustentável”, expressou, por sua vez, o Diretor Geral da PROCOMER, Pedro Beirute.

Outro avanço da Costa Rica em matéria de sustentabilidade provém do setor cafeeiro, uma indústria com alto valor social, econômico e cultural para o país.

Por meio do ICAFE e da cooperação internacional, os cafeeiros desenvolveram o mecanismo Dólar Cafeeiro, com o objetivo de que os cafeicultores obtenham mais benefícios econômicos, melhorem a sua produtividade e ofereçam mais oportunidades às novas gerações.

Mediante esse mecanismo, os clientes no estrangeiro podem conhecer quem, como e em que condições produziu o seu café. Graças a esse e a outros aspectos diferenciadores, o café do país tem boa valorização nos mercados internacionais.

De acordo com a Diretora Executiva de ICAFE, Xinia Chávez, essa diferenciação permitiu que, em 2020, a saca de 60kg do café costarriquenho fosse cotada acima dos US$200, enquanto a de outros países ficou perto US$100.

Outro setor pujante da balança exportadora foram os dispositivos médicos, em que as contribuições orgânicas obtidas por meio da bioeconomia desempenham um papel importante e são fonte de inumeráveis oportunidades.

Para Gabriela Couto, consultora do conglomerado CRBiomed, “a interação pública-privada e o financiamento diferenciado são fundamentais para impulsionar a indústria da bioeconomia no país. Também é importante levar em conta que, quando se negociam acordos de livre comércio, a Costa Rica sempre incorpora a parte ambiental”.

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