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A agricultura deve ser um eixo estratégico em negociações para a ação climática, afirma Diretor Geral do IICA na Aapresid

El Director General del IICA, Manuel Otero, indicó en el evento que ese papel central y un alto perfil del sector en las negociaciones climáticas resulta imperativo dadas las contribuciones sustantivas de la agricultura a los desafíos globales que impone el cambio climático.
No evento, o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, indicou que esse papel central e um alto perfil do setor nas negociações climáticas se mostram imperativos, dadas as contribuições substanciais da agricultura para os desafios globais impostos pela mudança do clima.

São José, 12 de agosto, 2022 (IICA) — O Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero, elegeu o foro da Associação Argentina de Produtores de Semeadura Direta (Aapresid) para se referir à necessidade de que a agricultura tenha um papel central nas negociações climáticas e se transforme em um eixo estratégico e em um ator relevante na próxima Conferência das Partes (COP 27) da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que ocorrerá em novembro, no Egito.
 
Aapresid é uma entidade icônica do país sul-americano por ser uma grande rede de produtores agropecuários reunidos pelo interesse na conservação dos solos e que adotam e promovem a divulgação de um novo paradigma agrícola, baseado na Semeadura Direta.
 
Otero indicou que esse papel central e um alto perfil do setor nas negociações climáticas se mostram imperativos, dadas as contribuições substanciais da agricultura para os desafios globais impostos pela mudança do clima.
 
A proposta foi realizada no foro Política e agenda agroalimentar global: para onde vamos?, um dos principais eventos do 30° Congresso da Aapresid, a conferência anual mais destacada de atualização e intercâmbio sobre tecnologias e conhecimentos em agricultura da Argentina e referência mundial.
 
No painel, que teve como objetivo abordar a atualidade sobre agendas, acordos e foros internacionais que guiam a política agroalimentar global por diferentes perspectivas, Otero compartilhou critérios com o Embaixador da Argentina na FAO, Carlos Cherniak; a chefe de Economia e Comércio da Delegação da União Europeia (UE) dessa nação, Viktoria Lovemberg; e o ex-Embaixador Diego Guelar.
 
“Evidentemente, esperamos que a agricultura adquira uma centralidade. Há uma necessidade imperiosa para que se transformem em um eixo estratégico e em um ator relevante, isso é algo que não podemos evitar, e que devemos assumir”, expressou o titular do organismo hemisférico especializado no setor agrícola e na ruralidade.
 
“Estamos fazendo contribuições substanciais para enfrentar as questões da mudança do clima, e devemos demostrar isso com orgulho e força, reconhecendo que é um sistema (o agroalimentar) que pode ser melhorado, mas que de nenhuma maneira é malsucedido”, observou.
 
Otero destacou que está “chegando a hora da agricultura” e compartilhou que, para a COP 27, que acontecerá na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh, o continente americano tentará levar uma postura consensual, com uma série mensagens que, espera-se, sejam debatidas e aprovadas em uma reunião de ministros da agricultura prevista para 23 de setembro na sede central do IICA, visando posicionar o setor agrícola nas negociações internacionais sobre a mudança do clima.
 
“A intenção é criar as condições para gerar as posições consensuais rumo à COP 27. Chegar a um consenso hemisférico nas negociações climáticas seria outro sinal de maturidade do continente, de uma agricultura que quer ser protagonista, e faremos tudo o que for possível para isso”, acrescentou o Diretor Geral do IICA.
 
Em 2021, na Cúpula da ONU sobre os Sistemas Alimentares, o continente também apresentou uma posição unificada — elaborada por um extenso debate coordenado pelo IICA —, destacando que os produtores agropecuários e os trabalhadores dos sistemas alimentares são um elo imprescindível e central e que, sem a produção agropecuária, não há matérias-primas para transformar em alimentos.
 
O objetivo com esses esforços é assegurar que as necessidades dos países estejam devidamente refletidas e atendidas, sempre colocando os agricultores no centro, bem como a geração de políticas públicas modernas e eficazes para o setor agrícola, que assegurem um equilíbrio adequado entre a produtividade e a sustentabilidade.
 
“Os produtores agropecuários são um elo imprescindível e central para a transformação dos sistemas agroalimentares, a ciência é o insumo fundamental para uma adequada formulação de políticas e a agricultura é parte da solução, insisto, sem deixar de reconhecer que há coisas a serem melhoradas”, acrescentou Otero.
 
No encontro da Aapresid, entidade que reúne quase 2.000 produtores da Argentina, Otero mencionou que na COP 27 as Américas demonstrarão “muitas coisas boas e transformações que estão ocorrendo” no continente.
 
“Surpreende-me quando às vezes não se reconhecem todos os avanços da semeadura direta, a divulgação dos sistemas silvopastoris, o que os nossos produtores estão fazendo para a gestão de pastos naturais, os esforços que estão sendo fazendo para reduzir resíduos e desperdícios, então, queremos mostrar isso ao mundo”, afirmou.
 
Além disso, refletiu que, no cenário atual e para poder posicionar e dar voz de protagonista ao setor agrícola nesses âmbitos, é crucial trabalhar em conjunto, de forma coordenada.
 
“Não há país que possa se salvar sozinho, e é fundamental agirmos de maneira coordenada. Tudo isso deve nos levar a uma nova geração de políticas públicas voltadas à transformação e ao fortalecimento dos sistemas agroalimentares, sendo necessário construir pontes entre a produção e o meio ambiente, repensar a institucionalidade sobre a ciência, a tecnologia e a inovação e, certamente, os temas de bioeconomia com muita mais articulação com o setor privado, redefinindo agendas e promovendo investimentos”, concluiu.

En el foro Política y agenda agroalimentaria global: ¿hacia dónde vamos?, Otero (centro) compartió criterios con el Embajador de Argentina ante la FAO, Carlos Cherniak; la jefa de Economía y Comercio de la Delegación de UE, Viktoria Lovemberg; y el ex embajador Diego Guelar.
No foro Política e agenda agroalimentar global: para onde vamos?, Otero (centro) compartilhou critérios com o Embaixador da Argentina na FAO, Carlos Cherniak; a chefe de Economia e Comércio da Delegação da UE, Viktoria Lovemberg; e o ex-Embaixador Diego Guelar.


 No foro Política e agenda agroalimentar global: para onde vamos?, o Embaixador Cherniak concordou que é imperativo visibilizar os produtores, o papel da ciência para a formulação de políticas, as sinergias público-privadas e o enfoque de sustentabilidade sem dividir o componente social, econômico e ambiental.
 
“Devemos prevenir os preconceitos ou os impactos sobre os nossos interesses que afetam o tecido agroprodutivo sobre como alcançar a sustentabilidade dos sistemas agroalimentares, demonstrá-lo com base científica. Isso requer não só pensar nas estratégias no âmbito nacional, mas também em âmbito regional, e para isso tanto a FAO como o IICA são plataformas imprescindíveis para ajudar a construir a coordenação entre os nossos países e um posicionamento da América Latina e do Caribe na mesa de discussão da geopolítica dos alimentos”, comentou Cherniak.
 
Lovemberg aprofundou-se quanto ao Pacto Verde da União Europeia e a estratégia do campo à mesa que tem sido promovida.
 
“Na Europa vemos a transformação verde como o centro de nossa ação pública, é um roteiro que, juntamente com a transformação digital, compõe a base da nossa estratégia de crescimento. Estamos aliados ao Acordo de Paris de 2015 e à Agenda 2030. Acreditamos firmemente na ação multilateral baseada em regras para terminar com a pobreza, a fome e a desnutrição, sem deixar ninguém para trás”, argumentou.
 
Por sua vez, Guelar enfatizou a promoção de cenários de integração regional fundamentais para superar as crises atuais superpostas, entre elas a de Covid-19, o conflito bélico no Leste Europeu e suas graves implicações no setor agrícola, e no representa a mudança do clima. Ponderou, no caso da região Sul, aproveitar o mecanismo do Mercosul e aproveitar acordos de livre comércio com a UE, os Estados Unidos e a China, cujas bases normativas e linhas de ação estão para concretizá-los no curto prazo.
 
“Esse é um grande desafio que temos pela frente, que é efetivamente construir a integração regional da unidade para a abertura ao mundo”, indicou.

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